*Por Adilson Arli da Silva Filho, Gerente Global de Inovação Aberta na Braskem
Inovação é o motor do crescimento de qualquer empresa. É ela quem impulsiona a abertura de novos mercados e aperfeiçoa produtos e serviços já presentes nos portfólios. E o valor do novo tem ganhado ainda mais destaque no mercado corporativo com a alta velocidade do avanço tecnológico e da demanda dos clientes por melhorias nos sistemas. Mas inovar sozinho é sempre um desafio.
Por isso, a inovação aberta tem marcado cada vez mais presença nas gestões empresariais.O modelo disruptivo é uma estratégia expansiva que permite às empresas descentralizar a perspectiva inovadora e envolver parceiros no processo. Isso significa trabalhar em conjunto com startups, universidades, institutos de pesquisa, empresas estabelecidas e clientes, sempre com objetivo de gerar resultados mais expressivos e em menor tempo.
As parcerias permitem ainda que as empresas possam ir além sem depender exclusivamente de recursos internos e de um único time profissional, o que maximiza o potencial para desenvolver novas soluções.E muitos são os ganhos desta estratégia de parcerias. O rápido acesso às novas ideias é um exemplo, já que a colaboração de profissionais externos permite acelerar o processo de desenvolvimento e potencializar o trabalho das equipes por meio da aplicação de competências complementares. Outro ganho é a redução de custos. Planejar uma nova tecnologia internamente é algo, na maioria dos casos, muito custoso. A inovação aberta permite criar em conjunto e compartilhar recursos.
Além disso, as parcerias proporcionam o acesso a novos mercados e abrem oportunidades únicas de expansão das companhias. Contudo, inovar em parceria no Brasil ainda é algo que caminha a passos mais curtos quando comparado aos demais países. Localmente, a infraestrutura, principalmente nas regiões mais isoladas do país, e a dificuldade ao acesso aos investimentos por parte das startups são os grandes desafios na consolidação destes acordos comerciais. O ambiente regulatório e a burocracia do sistema também acabam impactando a consolidação de boa parte das novas parcerias.
Mas o que já tem funcionado bem por aqui? O sistema educacional brasileiro vem ganhando destaque, sendo um importante impulsionador para o desenvolvimento de pesquisas. Claro que a capacitação em verticais como ciência de dados, inteligência artificial, robótica e demais tecnologias ainda precisa se consolidar no país, mas estamos no caminho. Para o setor petroquímico, investir em inovação aberta é primordial, principalmente como alavanca da estratégia de crescimento. E já existem movimentos do setor na direção de parcerias com startups, profissionais das mais diferentes especialidades e até mesmo empresas que exploram novas tecnologias. Tudo sempre com muita pesquisa de mercado, análise de risco e transparência entre as partes envolvidas.
A Braskem tem sua estratégia de crescimento pautada em pilares como economia circular, inovação e desenvolvimento sustentável. Por isso, não hesita em investir em pesquisa e no desenvolvimento para buscar soluções inovadoras e sustentáveis aos clientes.
Tudo por meio de centros de inovação próprios e fortes colaborações com empresas e universidades que permitam melhorar os resultados. E isso é apenas o começo. Novas tecnologias sempre vão aparecer e o mercado seguirá em constante mudança. Por isso, além de trabalhar com inovação aberta, as empresas precisam desenvolver a cultura de inovar e colaborar. Sabemos que existem diversas formas de investir no novo como, por exemplo, através de venture capital, financiamento externo, financiamento direto, consórcios, dentre outros. Mas é fundamental também expandir pensamentos e explorar o novo em conjunto. O caminho é analisar modelos, melhorar processos internos e negociar para adotar novas parcerias. Somente com uma visão estratégica será possível enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do mercado moderno.
*Adilson Arli da Silva Filho está na Braskem há mais de 35 anos e atualmente ocupa a posição de Gerente Global de Inovação Aberta. Nesta função, Adilson dedica-se para elevar o patamar de inovação de vários negócios e preparar a empresa e seus integrantes para a receber novas tecnologias disruptivas. Químico de formação com mestrado e doutorado nas áreas de Química de Polímeros, Polimerização e Catálise pela UFRGS, o executivo também possui especialização em Gestão Empresarial e um MBA em Venture Capital pela FGV.