Em 2019, no último dia da 2ª edição da Feira Plástico Brasil, quando nos despedimos dos amigos e clientes, jamais imaginaríamos que a próxima feira demoraria tanto para acontecer novamente. Já em 2021, quando foi adiada, a pergunta era: quando será que poderemos nos reencontrar novamente? O futuro era incerto demais para qualquer previsão otimista.
Acontece que o tal futuro chegou e em 27 de março finalmente será inaugurada a terceira edição com 100% dos espaços ocupados, mais de 800 marcas e expositores de 16 países, além do Brasil, claro. Os corredores estarão lotados e os abraços certamente serão apertados. “acreditamos que o contexto de afastamento e também o grande papel da indústria de plásticos durante a pandemia serão fortes motivadores para o nosso reencontro”, revela Liliane Bortoluci, Show Director da Plástico Brasil.
Em entrevista à Revista Plástico Sul, a executiva dá detalhes da Feira, descreve os eventos paralelos, comenta sobre o crescimento em expositores, entre outros assuntos. “Temos um crescimento de 45% em relação aos expositores da primeira edição. Em comparação a edição passada (2019), temos mais de 200 novos expositores que escolheram a Plástico Brasil para demostrar seus produtos e soluções ao mercado”, aponta Liliane.

Plástico Sul - A Feira Plástico Brasil, de 27 a 31 de março de 2023, acontece após um período difícil oriundo da Covid-19. Você acredita que em virtude de todo esse contexto pretérito será uma Feira diferente da demais?
Liliane Bortoluci - Com certeza, acreditamos que o contexto de afastamento e também o grande papel da indústria de plásticos durante a pandemia serão fortes motivadores para o nosso reencontro.
Já vimos nas feiras de 2022 que o público está muito disposto a visitar os pavilhões, conhecer os fornecedores e consumir tudo o que oferecemos em conteúdo e experiências. Igualmente, as empresas expositoras têm se dedicado a trazer suas melhores soluções e um atendimento diferenciado.
Para esta edição da Plástico Brasil, nos destacando como a maior feira do setor na América Latina, temos expectativas muito positivas. Após quatro anos e em nossa 3ª edição, voltamos a reunir os maiores players do mercado nacional e internacional em 40 mil m² de exposição, que apresentam lançamentos e tendências para toda a cadeia de transformação do plástico.

PS - Para a Informa, como foi esse período de restrições e como a empresa conduziu suas estratégias para manter seu público engajado no evento?
Liliane - O desafio foi grande, mas já tínhamos algumas atividades digitais que foram a base para manter nossos encontros, contatos, conteúdos e networking ativos. No formato online, a Plástico Brasil ganhou uma plataforma digital que segue ativa e integrada com o evento físico, a Plástico Brasil Xperience.
A plataforma também foi palco de duas edições de eventos digitais com palestras e painéis com os temas mais relevantes para empresas e profissionais da indústria de plásticos. Durante 2022 desenvolvemos nossa série "Pergunte ao Especialista", em parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) e a Faculdade de Engenharia Industrial (FEI).
Além disso, fortalecemos o nosso canal de conteúdo Mundo do Plástico com muitos materiais sobre gestão, tendências, matéria-prima, inovação, sustentabilidade, reciclagem e muito mais.

PS - Quais foram os desafios para realização do evento deste ano?
Liliane - Voltando da pandemia, o desafio inicial era oferecer segurança aos expositores, aos visitantes e a todas as equipes que trabalham na montagem e realização dos eventos. A Informa, globalmente, lançou o programa AllSecure para cobrir essa preocupação, e tivemos muito sucesso em 2022.
Também é desafiador comercializar a feira e atrair o público, mas já estamos com a Plástico Brasil 100% ocupada desde o início de 2023, e o público segue se credenciando como esperado, vindo de todos os estados do Brasil e também do exterior.

PS - O que o público verá na Plástico Brasil 2023? Quais serão os destaques?
Para além dos estandes com mais de 800 marcas se apresentando, teremos atrações de conteúdo, capacitação e sustentabilidade durante os cinco dias da Plástico Brasil.
SENAI - Escola Móvel de Nanotecnologia
Demonstrações e experiências práticas de nanociência e nanotecnologia, através de uma atração totalmente interativa com equipamentos científicos de ponta e materiais informativos.
A estrutura da Escola Móvel de Nanotecnologia possui equipamentos de alta tecnologia, como microscópio eletrônico de varredura, sistema de fabricação de dispositivos para nanolitografia, microscópio de força atômica e analisador de partículas.
SMED - Single Minute Exchange of Die - Troca Rápida de Molde
Demonstração em tempo real de um sistema de troca de moldes de maneira automatizada, com o mínimo de interação humana. Uma solução que garante alta tecnologia, flexibilidade e eficiência ao diminuir o tempo de setup para melhorar a produtividade, que tem sido um dos grandes desafios da atividade industrial nas últimas décadas. Uma iniciativa tradicional na Plástico Brasil em parceria com as empresas Stäubli e Romi, e apoio da Previsão Presilhas e Berg-Steel, nesta edição inovaremos com a realização diária do Workshop: Técnicas de troca rápida de moldes e conceitos SMED, uma parceria com a Escola LF que irá certificar seus participantes em 6 sessões diárias no evento.
SEBRAE Móvel
A atração agrega uma série de palestras sobre gestão e empreendedorismo, ministradas por especialistas para auxiliar na capacitação de empresários e empreendedores. Com atendimentos presenciais por funcionários do SEBRAE-SP a fim de tirar todas as dúvidas sobre gestão, formalização de empresas, plano de negócios e mais assuntos. Ideal para quem quer abrir o seu negócio ou para as pequenas empresas que já estão consolidadas e querem um novo posicionamento no mercado.
PARQUE DE IDEIAS
Um espaço 100% focado em conteúdos exclusivos, com uma grade de palestras e apresentações de projetos inovadores por instituições de ensino renomadas com destaque na indústria do plástico no país. Nessa edição participam: IMT - Instituto Mauá de Tecnologia, FASB - Faculdade São Bernardo, Universidade Anhembi Morumbi, Instituto SENAI de Inovação.
ABINFER BUSINESS CENTER – ABC
A ABINFER – Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais terá um espaço exclusivo durante a Plástico Brasil, promovendo a participação de ferramentarias, fabricantes de moldes e fornecedores da cadeia. Dada a importância estratégica que os moldes, matrizes e ferramentas ocupam no processo industrial do plástico, nesta 3ª edição, além da exposição de 20 fabricantes com suas soluções e produtos, promoverá conhecimento com palestras e workshops num auditório exclusivo.
RECICLA PLÁSTICO BRASIL
Durante os cinco dias de realização da feira teremos coletadores recolhendo nos estandes dos expositores os produtos plásticos produzidos para demonstração, e a renda obtida com a destinação desses produtos será revertida em doação para entidades parceiras.
Haverá ainda uma Cooperativa fazendo a coleta de resíduos, durante a montagem e a desmontagem da feira, quando serão recolhidas lonas, baguns, tecidos e todo tipo de resíduo para posterior separação em caçambas para o correto destino e reversão em benefícios e doações para comunidades. Todo material será doado para BB Ambiental, que fará a transformação para produtos para comercialização.

PS- Qual o crescimento em expositores e área da feira com relação a 2019?
Liliane - São mais de 800 marcas participando desse reencontro, ocupando 40 mil m² do São Paulo Expo. Temos um crescimento de 45% em relação aos expositores da primeira edição, incluindo muitas novidades em resinas e materiais poliméricos, soluções de automação, instrumentação e moldes e principalmente nos tópicos de sustentabilidade, da reciclagem ao desenvolvimento dos biopolímeros.
Em comparação a edição passada (2019), temos mais de 200 novos expositores que escolheram a Plástico Brasil para demostrar seus produtos e soluções ao mercado.
Entre os expositores, receberemos empresas do Brasil e mais 16 países: Alemanha, Argentina, Áustria, Canadá, China, Estados Unidos, Hungria, Índia, Itália, Israel, México, Portugal, Suécia, Suíça, Taiwan e Turquia. Com mais marcas estrangeiras e os pavilhões dedicados para Índia, Áustria e Itália, esperamos um público internacional ainda mais significativo.

PS-A que se deve esse crescimento, na sua opinião?
Liliane - A realização conjunta entre a ABIMAQ e a ABIQUIM traz muita segurança e confiança para os expositores. Vemos que, ao cobrir toda a cadeia de transformação do plástico, as empresas querem marcar presença, se relacionar e encontrar compradores do Brasil e do mundo.
PS- O setor de máquinas e equipamentos ainda é predominante na edição de 2023?
Liliane - Expositores de máquinas e equipamentos sempre marcam presença na feira, e inclusive são os mais procurados pelos visitantes. Temos os principais fornecedores apresentando injetoras, extrusoras, sopradoras, máquinas para reciclagem, máquinas para filmes, acessórios e assim em diante. Outro nicho presente e bastante ativo é o de ferramentaria e moldes.
Entre os expositores de matéria-prima, teremos mais de 40 empresas do segmento participando conosco. Neste segmento, destaque para as soluções em biopolímeros, masterbatches, aditivos e resina reciclada.

PS-De forma geral, o que mudou na estrutura das feiras na última década? A preocupação cada vez maior em, além da exposição de marcas, gerar conteúdo através de eventos paralelos, é um dos destaques dessa "nova geração" de eventos?
Liliane - Com certeza! Tanto é que, desde nossa primeira edição em 2017, já investimos em espaços de palestras, experiências interativas, ações de reciclagem e outras frentes inovadoras.
Além do conteúdo que a organização prepara e oferece, os expositores estão aproveitando seus estandes também para demonstrações, palestras e eventos para lançamentos, reuniões e networking.
E com a capacidade de captar essas atrações em vídeo e transmitir via internet, é ainda mais valioso que os eventos ofereçam conteúdo com uma boa pesquisa e curadoria, inclusive para atender diferentes nichos de públicos.

PS- Os eventos digitais foram uma grande solução no período de distanciamento, mas sabemos que nada substitui o ao vivo. Qual a lição que vocês, como uma empresa de eventos, tira dessa experiência?
Liliane - Realmente, é difícil substituir o ao vivo. Hoje, entendemos o evento presencial e o evento digital como complementares, e inclusive o ambiente digital oferece benefícios para alcançar mais pessoas, que nem sempre têm acesso aos eventos físicos.
Estamos de volta aos pavilhões e recebendo muitos feedbacks positivos, mas o digital não será esquecido. Teremos uma jornada digital o ano todo que irá fortalecer nossa comunidade de transformadores do Plástico na plataforma Plástico Brasil Xperience.

PS-Deseja acrescentar algo?
Liliane - Deixamos o convite para que o público conheça a Plástico Brasil e visite nosso evento entre os dias 27 e 31 de março. O credenciamento é gratuito e já está aberto. Nosso site e redes sociais (@plastico.brasil) estão sendo atualizados todos os dias com a programação de atividades e conteúdos.
Para quem não puder se deslocar até São Paulo, disponibilizaremos as gravações do Parque de Ideias e demais atrações no mês de abril, também gratuitamente, na plataforma Plástico Brasil Xperience.