Hoje é o Dia da Indústria, uma data dedicada a reconhecer a importância do setor industrial no desenvolvimento econômico e social. Também homenageia os trabalhadores e empresários que impulsionam a inovação e a produção de bens essenciais, trazendo reflexões sobre os desafios e avanços do setor. É também um momento para discutir estratégias que fortaleçam a competitividade e sustentabilidade das indústrias no cenário global.
Há décadas, o plástico tem sido um importante material para as indústrias. De acordo com o Perfil 2022 da ABIPLAST (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), diversos setores utilizam a resina do plástico na fabricação de seus produtos. Entre os principais, estão a construção civil, com 25,4%, alimentício, com 21,9%, artigos de comércio e varejo, com 7,8%, automóveis e autopeças, 6,2% e bebidas, com 6%.
A lista ainda abrange outros doze segmentos, como o setor moveleiro, agricultura, químicos, papel e celulose, eletrônicos e descartáveis. Entre as resinas mais consumidas, destacam-se o PP (20,3%), PEBDL (16,1%), PEAD (13,8%), PVC (12,9%), plásticos reciclados (13,2%), PET (5,8%), PEBD (9,7%) e PS (6,2%).
Na construção civil, como mencionado no anuário da ABIPLAST, o plástico está presente em inúmeras aplicações, como sistemas de tubulações para água, esgoto e drenagem, eletrodutos, caixas e quadros para distribuição elétrica, reservatórios para água, forros, pisos, paredes, portas e janelas, entre outros itens. O poliestireno expandido (EPS) tem ganhado espaço nas obras ao substituir materiais tradicionais de lajes e paredes de tijolos, resultando em estruturas mais leves, resistentes e econômicas, além de oferecer excelentes isolamentos térmico e acústico.
Segundo o Centro Sebrae de Sustentabilidade, o uso do EPS em construções reduz o consumo de energia e água em quase 60%. Além de diminuir a emissão de CO2 na atmosfera, enquanto uma construção convencional emite 40% mais poluentes. Os especialistas do Sebrae enfatizam que o material é reaproveitável e reciclável, podendo retornar à condição de matéria-prima, evitando a contaminação do meio ambiente.
O mesmo se repete no setor de alimentos, em que a fabricação de embalagens, tanto para alimentos quanto bebidas, segue legislações específicas publicadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). "O que temos provado e em consenso é que as embalagens plásticas são essenciais para a conservação de alimentos, aumentando a vida útil dos produtos e reduzindo a sua contaminação. Para se ter uma ideia, carnes bovinas embaladas com plástico registram um aumento de 64% em sua vida útil. No caso do peixe, chega a 71%", comenta Paulo Teixeira, presidente-executivo da ABIPLAST.
No setor automobilístico, as inovações com polímeros de alta performance, oferecem resistências mecânica e térmica para o mercado. Esse setor também fomenta a reciclagem de plásticos, conforme mostram os dados do Índice de Reciclagem Mecânica de Plásticos Pós-consumo no Brasil, estudo encomendado pelo PICPlast (Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico) e realizado pela MaxiQuim, em 2022, o setor automotivo consumiu cerca de 65 mil toneladas de resinas plásticas pós-consumo recicladas, um aumento de aproximadamente 40% em comparação ao ano anterior, que foi de 47 mil toneladas. Segundo a MaxiQuim, até 2026, o mercado mundial de plásticos automotivos valerá cerca de US$68,6 bilhões.
Portanto, diante desse cenário, é possível afirmar que sem o plástico, essas indústrias não teriam avançado em inovação. Para a ABIPLAST o plástico é matéria-prima chave das indústrias de maneira geral. "É impossível ignorar o uso do plástico em diversos setores como o da saúde e alimentício, não temos outro material que possa substituir o plástico com a mesma eficiência e segurança", conclui Paulo.
As enchentes no Rio Grande do Sul, que deixaram milhares de pessoas desabrigadas, têm comovido o país e formado uma grande corrente de ajuda humanitária. A indústria brasileira também está mobilizada pela causa e tem destinado parte de seus estoques ou recursos financeiros como forma de ajudar as vítimas. Empresas como a IPF Molduras, especializada em revestimentos internos e externos, tem prestado apoio aos gaúchos e recentemente instalou divisórias térmicas e acústicas fabricadas em EPS para auxiliar as vítimas atingidas pelas enchentes a terem privacidade nos estádios onde estão abrigadas.
Em Bento Gonçalves, voluntários utilizaram tambores plásticos doados pela Newsul para construir balsas. Enquanto isso, a Plastlab entregou 118 mil talheres plásticos descartáveis ao Sesi, que foram enviados pela FAB (Força Aérea Brasileira) para a cidade de Canoas. A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), por sua vez, contribuiu com 2,2 milhões de copos plásticos. Os utensílios devem ser usados para facilitar as refeições dos desabrigados, proporcionando higiene e saúde.
A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) representa o setor de transformados plásticos e reciclagem desde 1967, atuando para aumentar a competitividade da indústria. Para isso, realiza ações que promovem novas tecnologias, novos processos, pesquisa de produtos com foco na sustentabilidade, entre outras. Há anos, a concreta implementação da economia circular na cadeia produtiva está no topo das prioridades da ABIPLAST. A entidade, referência no tema, desenvolve juntamente com seus associados ações que preparem os setores para a atual realidade que se delineia, avançando em direção a resultados efetivos. A ABIPLAST representa atualmente cerca de 12,6 mil empresas que empregam cerca de 360 mil pessoas.